Boris Yeltsin é um trabalho que parte da Oresteia de Ésquilo e que se afasta imediatamente do seu ponto de partida. O grande paralelo entre as duas obras é a abordagem da futilidade das decisões políticas que provocam desastres benignos ou malignos sociais e económicos. A peça propõe uma leitura da realidade baseada na ideia de ‘super-poder’ e da ‘super-ficialidade’ (biopolítica, trendy, trágica) com que é utilizado pelos representantes das nossas instituições. É um espectáculo à volta desta arbitrariedade individual, princípio do prazer egoísta, que condiciona o princípio da realidade dos que compõem a massa, cuja utopia se concretiza legitimamente na aquisição dos desejos e objectos que sempre pertenceram aos nossos super-heróis e que agora se encontram ao seu alcance. De resto, Boris Yeltsin é sobre uma história familiar, em que os complexos de luxo – morais, físicos e intelectuais – que desenvolvemos em relação ao mundo, como verdadeiras doenças contaminantes, encaminham as nossas tragédias.
Texto e dramaturgia: Mickael de Oliveira
Encenação: Nuno M Cardoso
Interpretação: Albano Jerónimo, António Durães, Luísa Cruz e Mafalda Lencastre
Cenografia: Paulo Capelo Cardoso
Desenho de Luz: José Álvaro Correia
Vídeo: Alexandre Azinheira
Música/Som: Marco Pereira, Miguel Pereira
Guarda-Roupa: Sara Barbosa
Assistência de Encenação: Joana Cordoeiro, Mafalda Lencastre
Assistência de Cenografia: Pedro Barbosa
Produção Executiva: Nelson Vitória
Fotografia: Inês d'Orey
Co-produção: São Luiz Teatro Municipal, Colectivo84 e Cão Danado
APRESENTAÇÕES
TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE (COIMBRA, PT)
SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL (LISBOA, PT)
TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO (PORTO, PT)
IMPRENSA